terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O SALAR DE UYUNI E A PASSAGEM PARA O ATACAMA

Ei pessoal, a postagem das fotos está meio atrasada, mas ainda virá! É que nosso fotógrafo oficial desempenha muuuúltiplas funções... Faremos o relato de nossa reta final e as fotos virão depois.

Bem, retomando a partir da Bolívia, o Salar de Uyuni rendeu um dia todo de passeio contratado pela agência do próprio Hotel Tonito, com carro, motorista e cozinheira (no cardápio, frango e quínua). Foi nossa opção porque a água salgada que recobre o salar nesta época poderia danificar os jipes. O passeio inclui uma visita a um local de extração de sal, ao Hotel de Sal e à Isla del Pescado, cheia de cactus enormes, cuja "madeira" é utilizada para artesanato e até confecção de mesas e abajures. A turma curtiu à bessa.













Na manhã seguinte, saímos bem cedo (6:30) para fazer a travessia para o Deserto de Atacama, no Chile, pela Reserva da Fauna Andina Eduardo Avaroa (Bolívia). Foi um longo trecho de pancadaria, todo de terra, com pedras e poeira fina que mais parecia um talco - sempre entra um pouco nos carros - e que chega a 5.000m de altitude e é extremamente bonito. Um dos pneus do jipe do Coronel furou e ficou imprestável...





A reserva fica no altiplano boliviano e tem lagoas repletas de flamingos, como a Colorada, de colaração avermelhada, picos de montanhas levemente polvilhados de neve, o famoso árbol de piedra (uma pedra que parece uma escultura de uma árvora), e o Deserto do Dalí (com pedras que parecem esculturas semelhantes à sua obra). Próximo à fronteira com o Chile está o vulcão Licancabur, em cujos pés fica a bela Laguna Verde.




Depois da saída da aduana boliviana logo se chega ao asfalto e percorre-se um trecho de descida até a aduana chilena, na entrada de San Pedro de Atacama, uma pequena cidade em um oásis no meio do deserto. A cidade é super simpática, repleta de bichos grilos e alternativos de todo gênero, mas também empoeirada e bastante quente de dia - o que não lhe retira o charme pitoresco. À noite refresca e a rua Caracoles, que conta com ótimos restaurantes e bares, fica super movimentada.
Ficamos no La Aldea, um ótimo hotel. Fizemos o passeio ao El Tatio, um geiser a 100 km de San Pedro, que entra em atividade beeeem cedo (saímos às 4h) e tomamos o café da manhã por lá, com direito a escambo de comida com gringos, devidamente presenteados com Guaraná Antártica.









Na hora do pôr do sol fomos visitar o Vale da Lua e suas dunas e de lá seguimos para Calama, a 100 km adiante, onde dormimos, para que, na manhã seguinte, dia 1º de fevereiro, Dalva, Giulia, Guilherme e Mahima pegassem o avião até Santiago e de lá seguissem para o Brasil - onde todos chegaram bem e foram devidamente recepcionados.















Marcelo, Coutinho e Andrea farão a reta final de carro, passando pela Argentina e Foz do Iguaçu. Todos nós da Expedição Inti Raymi agradecemos aos nossos companheiros virtuais de viagem, aos que apenas deram uma bisbilhotada, a todos os que nos mandaram suas mensagens - foi muito legal contar com a companhia de todos! Muchas Gracias e hasta la vista!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O LAGO TITICACA E A CHEGADA À BOLÍVIA

Olá, pessoal! Estamos todos saudosos e com novidades para contar. Nossa ida de Arequipa a Puno, cidade às margens do Lago Titicaca pelo lado peruano, levou 4 horas e meia. No caminho, contornamos e nos despedimos do Misti e outros vulcões mais. Mas não fiquem tristes, pois ainda haverá outros vulcões em nosso roteiro (rs...)
No percurso, passamos pela cidade de Juliaca, que é bastante feia - Puno também não prima pela beleza, mas conta com hotéis interessantes, como a Casa Andina, o Sonesta Posada del Inca e um SPA 5 estrelas branco e grandalhão, todos à beira do Lago e fora do centro nada atrativo da cidade. Ficamos no Collon Inn, um simpático hotel numa casa colonial, a 52 dólares a diária.
No dia seguinte fomos visitar as Ilhas flutuantes de Uros. No porto, tomamos um barco coletivo, administrado pela associação dos moradores das ilhas. A passagem custa 10 soles, mais 5 de ingresso às ilhas. São 30 minutos de navegação pelo Lago e suas totoras (um capim usado pelos locais para fazer as ilhas flutuantes, barcos, casas, artesanatos...) para se chegar a uma das pequenas ilhas que recebem alternadamente os turistas.
Os habitantes de Uros são bastante pobres e vivem hoje em dia mais do turismo, mantendo práticas ancestrais. As ilhas de capim flutuam devido a "bóias" feitas da raiz do totora amarradas às ilhas, que são várias. Após a visita a uma das ilhas menores se visita a "capital", uma ilha um pouco maior, que conta com precário banheiro e um micro mercadinho. Pode-se ir à "capital" em um barquinho de totora. O mais alto lago navegável do mundo é muito grande, bem bonito e compreende uma parte do Peru e outra da Bolívia.
Saímos de Puno por volta das 13:30h, pensando em avançar o máximo na direção de Oruro, na Bolívia, e assim nos aproximarmos do Salar de Uyuni. Mas houve imigração e alfândega (que desta vez fizemos por Copacabana, bem melhor e mais bonito do que por Desaguadero), um pouco de chuva, ficou meio tarde e, para completar, a cidade de Copacabana, a do lado boliviano do Lago Titicaca, nos atraiu. Simples e bonitinha, tinha um hotel ótimo, o Rosario Del Lago, com uma vista maravilhosa do Lago, ótimo padrão e um apartamento lindo para 4 pessoas a US$ 110. Então, ficamos por ali, jantamos bem e descansamos. Vale registrar que a altitude (cerca de 4.000m), volta e meia, provoca algum sintoma como dor de cabeça, olhos irritados, dor nas pernas, cãimbras, dor na barriga, cansaço. Mas calma, gente, não é tudo junto, nem todos sentem isso tudo. Apenas registramos as queixas já ocorridas. Agora, ofegante, todo mundo fica a qualquer lance de escada.
No dia seguinte prosseguimos rumo ao Salar, com uma pequena travessia de balsa pelo belo Titicaca, em uma região muito bonita. Copacabana nos pareceu uma opção interessante para se visitar o Lago, pena que não possui ilhas flutuantes, mas apenas ilhas "normais", como a do Sol e a da Lua, onde existem ruínas precolombianas, que não visitamos desta vez, pois demandam mais tempo de navegação.
Levamos cerca de 2 horas para passar por La Paz, em um trânsito caótico e engarrafado e mais 4 horas para chegar a Oruro, uma cidade cuja periferia é um grande lixão. Decidimos seguir em frente até Uyuni, mais 100 km de estrada de asfalto ruim e 200 de terra precaríssima e bela paisagem, com montanhas nevadas e lhamas pelo caminho. Chegamos por volta das 20:30h e nos hospedamos no nosso já conhecido e super legal Tonito Hotel, uma pousada simples e simpática, que pertence a um casal pra lá de atencioso - ela boliviana, ele estadunidense de Boston - que tem uma pizzaria bacaninha e animada - diárias entre 40 e 60 dólares.
Hoje é o grande dia do passeio pelo maior Salar do mundo. Nesta época, a vastidão branca está inundada pelas águas da chuva, que custam a ser absorvidas pelo chão de sal, refletindo o céu como um grande espelho. Amanhã seguiremos para o Deserto de Atacama, pela Reserva da Fauna Andina Eduardo Avaroa. Grandes abraços, para os que de abraços, e muitos beijos, para os que de beijos. As fotos virão depois...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A VOLTA AO PERU

Desde o dia 21 até ontem, dia 24, quando chegamos a Arequipa, fizemos a viagem do norte do Equador ao Sul do Peru, passando pelo litoral e pelo deserto do norte do Peru. Em Tumbes nos hospedamos no excelente Costa do Sol e, em Chimbote, no péssimo "melhor" hotel da cidade, o Chimu, de lascar - ambos, o hotel e a cidade. Em Nasca, vale registrar, nos hospedamos em um Hotel Spa de extremo bom gosto, o Cantayo, a U$ 120 a diária, depois de muito choro do Marcelo. A estrada de Nasca para Arequipa, a Panamericana, é linda, beirando as montanhas desérticas às margens do Pacífico.
Em Arequipa nos hospedamos na Casa de Melgar, um Hostal charmosíssimo, em uma casa colonial que foi do arcebispo, com pátio e jardim lindos, a U$ 48 a diária. A cidade é linda, com suas construções em pedra vulcânica branca, o sillar, aos pés do imponente vulcão Misti.

Hoje visitamos o Monastério de Santa Catalina, que parece uma pequena cidade espanhola, onde viviam enclausuradas as freiras de famílias abastadas. O costume da época era o de destinar a primeira filha para o casamento e a segunda para a vida monástica (tudo na marra mesmo).

Almoçamos no Chicha (cerveja inca de milho), outro restaurante do Gastón Acúrio e depois visitamos o museu que abriga as múmias de jovens e crianças sacrificados pelos incas em épocas de catástrofes para pacificar os deuses dos vulcões, os Apus. Nossa intenção era ver Juanita, considerada a múmia mais conservada do mundo, mas ela não estava exposta. Ainda assim, a visita foi super interessante, e conhecemos a Sarita, outra múmia encontrada em um dos vulcões da região, onde também se localiza o Cânion do Colca, um dos mais profundos do mundo, local de avistagem de condores.

Amanhã seguiremos para o Lago Titicaca e, de lá, para a Bolívia.

PS - Está todo mundo falando da chuva no Peru... Que chuva, pessoal? Estávamos na parte desértica do país e não vimos nada de chuva! E aqui em Arequipa hoje fez sol e calor. Não se preocupem, estamos todos pra lá de bem e mandando abraços para todos!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O VULCÃO COTOPAXI

Hoje, pra variar, colocaremos as fotos primeiro. Depois postaremos o texto.


Bem, no dia em que saímos de Quito, finalmente conseguimos avistar e admirar o maravilhoso Cotopaxi. Após a entrada no Parque, a 3.800 m de altitude, se percorre de carro um trecho em cerca de 40 minutos para se chegar até os pés do grandalhão, a 4.500m. Pode-se subir a pé mais 300m para se chegar até o refúgio.
Depois do Cotopaxi, voltamos a nos hospedar na Hacienda La Cienega, que fica bem perto, para, no dia seguinte, começar a viagem de volta ao Peru, tendo como destino agora o Sul do país - Arequipa e o Lago Titicaca.

Mas faltou contar que em Quito passeamos pelo Centro Histórico, que é bastante bonito e movimentado. A Iglesia de la Compañia impressiona pela quantidade de ouro em seu interior. De restaurante, gostamos do italiano Carmine, na cidade nova, próximo do Hotel onde nos hospedamos, o Eugenia.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A AVENIDA DOS VULCÕES

Oi gente, esperamos não ter deixado ninguém preocupado com a erupção do Tungurahua. Estamos todos sãos e salvos e curtindo essa terra de vulcões gigantescos. Na verdade, ainda não conseguimos avistar nenhum por inteiro, pois os bichões são tão altos que é comum estarem encobertos pelas nuvens, o que nos tem impedido de vê-los, embora tenhamos dormido duas noites em um local em Lasso, próximo a Latacunga, onde fica o Cotopaxi, que com seus 5.897 metros, é o vulcão ativo mais alto do mundo. Nas fotos parece lindo e majestoso. Quando saímos do Hostal La Andaluza avistamos um pouco do Chimborazo, que é o maior vulcão do mundo, com 6.310 metros, porém extinto.

O próprio Tungurahua ninguém viu. Avistamos suas nuvens de cinza e fumaça no dia em que almoçamos em Riobamba. Os Coutinhos foram dormir em Baños, juntinho dele, mas nublou e não conseguiram vê-lo. Quanto a nós, da Land, como estivesse muito nublado na manhã seguinte, desistimos de entrar na cidade para ver o vulcão e nos encontramos com os Coutinhos em Ambato, para juntos seguirmos para a região do Cotopaxi, mais ao norte, pela Panamericana, na chamada Avenida dos Vulcões, que tem nove dos dez picos mais altos do país – o Equador conta com 53 vulcões, 10 deles ativos.

Este vale localizado ao sul de Quito, cercado por duas cordilheiras, foi batizado de Avenida dos Vulcões pelo explorador alemão Alexander Von Humboldt, que percorreu a região em 1802. Embora a cidade de Latacunga (que já foi inteiramente destruída pelo Cotopaxi por duas vezes) seja grandinha, com 100 mil habitantes, optamos por nos hospedar mais adiante, no campo, em uma antiga Hacienda, a La Cienega, simplesmente maravilhosa e cheia de história. (As nossas diárias variaram de 80 a 130 dólares).

A sede da fazenda é tão antiga que Marcelo e Mahima ficaram na suíte que hospedou o próprio Humboldt. A escritura dessas terras data de 1695 e sua história está ligada aos estudos sobre a linha do Equador e a forma e magnitude da terra, levados a efeito em 1736, por cientistas franceses, e a pesquisas da intensa atividade vulcânica da região. A casa antiga e linda tem paredes de pedra com 2 metros de espessura e nunca sofreu nenhum dano com erupções ou terremotos - e olha que foram muitos!

No sábado, dia 16 de Janeiro, aproveitamos para conhecer a feira de Otavalo, ao norte de Quito, conhecida como a maior feira de artesanato indígena das Américas, e a Mitad Del Mundo, um monumento no qual a linha do Equador está desenhada no chão e pode-se pisar com um pé no hemisfério norte e com o outro no hemisfério sul – é lógico que ninguém perdeu a oportunidade...

Tiramos o domingo, dia 17, para fazer o circuito Quilotoa, que se percorre pela Cordilheira entre belas montanhas, vales e platôs intensamente cultivados e com alguns povoados indígenas, para avistar a cratera desse vulcão extinto em 1790, em cujo interior se formou uma linda lagoa – o local é impressionante e proporciona uma vista maravilhosa. Em seus 4.000 metros de altitude venta muito e a sensação térmica é de muito frio, embora o termômetro do Coronel marcasse 9ºC. O local é administrado por indígenas que habitam a região mantendo o modo de vida tradicional.

Lá pelas 4 horas da tarde e a 4.000 metros rolou um lanche delicioso, que contou com a passagem de lhamas, ovelhas, cães pastores e alguns nativos. No cardápio, cuscus, queijo, salame, vinho, refri e miojo. Como a rolha do vinho não quisesse sair de jeito nenhum, o Marcelo chegou a pegar o cabo do guincho, jurando que ia dar um jeito de tirá-la... Mas, diante da ameaça, ela saiu, retirada pelas mãos do Coutinho. Achamos que foi de medo do guincho do Marcelo...

Chegamos a Quito no início da noite de ontem e nos hospedamos em Mariscal Norte, na Cidade Nova, no simpático Hostal Eugênia, Calle Diego Delmagro, a 50 dólares a diária. Vamos curtir um pouco a city, com planos de, no retorno, entrar no Parque Cotopaxi para ver o grandalhão - quem sabe o tempo ajuda... Nossos abraços e beijos para todos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O EQUADOR

Oi Pessoal, estamos de volta e cheios de novidades sobre o Equador, onde se destacam três regiões bem definidas: a Cordilheira ou Serra, a Amazônia ou Oriente e o litoral. Entramos no país por Macará e fomos conhecer Vilcabamba, uma pacata cidadezinha localizada ao sul do país, na região da Cordilheira, conhecida pela longevidade de seus habitantes. É muito tranquila e cercada de montanhas. Dalva e Giulia aproveitaram o SPA da Pousada Madre Tierra para pôr a beleza em dia.

De Vilcabamba seguimos para Cuenca, uma cidade que tem um centro histórico colonial bem bonito. No trajeto, pegamos muuuuita neblina pela Cordilheira, sempre que a estrada subia até os cumes. Não vimos neve por aqui. Nossa impressão inicial se confirmou – de fato, as cidades do Equador são mais ajeitadas e o padrão de vida, no geral, parece melhor. A moeda é o dólar e a cultura americana é bastante presente no país. Há racionamento de luz, que falta por um período todos os dias. Diversamente do Peru, não é fácil encontrar locais onde se coma bem. Uma exceção em Cuenca foi a Vinoteca, onde tivemos um jantar delicioso e divertido, em um ambiente moderno e descontraído, no qual se destacou a dupla Marcelo e Guilherme, vestidos com blusas digamos... exóticas?

Ainda em Cuenca, fomos conhecer uma loja/fábrica de chapéus Panamá, que de Panamá só têm o nome, pois são equatorianos, de onde a turma saiu pronta para desfilar diversos modelos de sombreros. Conhecemos a Catedral, que tem um altar em ouro maciço e é impressionante, com uma imensa nave.

À tarde fomos conhecer Ingapirca, um sítio arqueológico considerado o mais importante do Equador, com vestígios das culturas Cañari e Inca. O local, embora bonito, encontra-se abandonado e descuidado. Lá assistimos a uma briga de lhamas regada a mordidas e cuspidas.
No dia seguinte, fizemos um passeio pelo Parque Cajas, que fica próximo a Cuenca e possui 232 lagos. A paisagem montanhosa é caracterizada por páramos, vegetação de transição entre os Andes e a Amazônia. No geral, a Serra no Equador possui muitas casas de campo e, guardadas as devidas proporções, paisagem com cara de Suiça, assim meio certinha.

De Cuenca, atravessamos para a Amazônia, para conhecer um trecho ao sul do Parque Sangay, que abrange várias regiões e tem o norte cheio de grandes vulcões, entre eles o próprio Sangay. Na travessia vimos uma grande barragem e paisagens mais selvagens e preservadas de floresta. Dormimos em Macas, uma cidade feia e desprovida de boas acomodações, embora capital de Província, e no dia seguinte atravessamos o belo Parque de volta para a região dos Andes, por uma estrada construída há pouco mais de dois anos.

Depois de uma parada em Riobamba para almoço, onde pudemos avistar ao longe o vulcão Tungurahua em plena erupção, o plano era seguir para Baños, cidade com termas, localizada aos pés do vulcão, mas a turma da Land optou por dormir em um Hostal de Campo bem bonito, próximo a Riobamba, o La Andaluza, com diárias a US$ 50, e os Coutinhos seguiram para Baños, para aproveitar uma aguinha quente. Vimos no noticiário que o Tungurahua anda bastante ativo e as autoridades pensam em evacuar Baños, que está em estado de alerta, prestes a entrar em estado de emergência.
Toda a região é cercada por vulcões gigantescos, como o Chimborazo, o Sangay, o Altar e o sempre ativo Tungurahua. O Cotopaxi fica um pouco mais ao norte. Aqui no Hostal, a cerca de 3.000m de altitude, está fazendo um frio gostoso e estamos bem agasalhados. Agora vamos seguir atè Banos para encontrar os Coutinhos e ver de perto o Tungurahua. As fotos ficam para logo mais...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A CORDILHEIRA BRANCA E O DESERTO DO NORTE

Ei, pessoal, embora pareça, não nos estendemos tanto assim no último jantar em Lima, não - viu Marco... rs. É que nem sempre temos internet à disposição no quarto e chegamos ao fim do dia loucos pelo merecido descanso.




Deixamos Lima no dia 6 e seguimos para a Cordilheira Branca, considerada o Himalaia das Américas, porque abriga muitas montanhas com altitudes acima dos 6.000 metros, inclusive o Huascarán, o maior nevado do Peru. Ficamos na cidade de Huaráz, Capital do Departamento de Ancash, que está a 3.091m - mas, apesar da altitude, não pegamos muito frio. As montanhas nevadas em torno da cidade são estonteantes, mas a cidade é bem feia. Ficamos hospedados por duas noites em um hotel legal, o Andino, com vista para o Huascarán (diária a US$ 100). O dono é um suiço que mora na região há 30 anos.




No dia 7 , Dalva e Guilherme fizeram um trekking de 5 horas pelo Parque, alcaçando a Lagoa Churup, a mais de 4.000 metros de altitude. A região possui muitas atrações e demanda um tempo maior para ser explorada.








No dia 8 saímos de Huaráz para Trujillo por uma estrada que se revelou simplesmente como uma das mais incríveis e difíceis que já percorremos. Muito estreita, mas de mão dupla, sem asfalto e poeirenta, cortava montanhas à beira de precipícios e tinha mais de 30 túneis escavados na rocha nua que davam passagem a um só veículo de cada vez - o que buzinasse primeiro ao entrar. A maior parte do percurso era acompanhada por um rio de águas revoltas e fortes que corria no vale abaixo e tinha algumas barragens e cachoeiras. Levamos cerca de 6 horas para concluir essa pedreira. Demos uma parada para um lanche preparado na hora pela Dalva e pela Andrea - um cuscus regado a salame e guaraná antártica importado do Brasil, encerrado com o consagrado café do Coronel. Chegamos a Trujillo no início da noite bastante cansados. Nosso hotel foi o El Brujo - diária a 150 Soles.





No dia 9 visitamos Chan Chan - um sítio arqueológico da cultura chimú que abriga a maior cidade de adobe das américas e fica a 5 km de Trujillo. Ficamos impressionados com a grandeza da antiga cidade.

















Depois seguimos para Chiclayo, em cujas proximidades, Lambayeque, está o Museu Tumbas Reales do Senhor de Sipán, que exibe um dos maiores achados arqueológicos do mundo, comparados ao de Tutancamón. Diversos utensílios, jóias e objetos incríveis, muito preservados, foram encontrados em uma tumba intacta de um nobre da cultura moche, enterrado com 8 acompanhantes. Dormimos em Piúra, uma simpática cidade cujos hotéis estavam lotados, o que nos obrigou a pernoitar em um modesto hostal - mas indicamos o Hotel los Portales, um 4 estrelas que fica em uma casa amarela super bonita num dos cantos da Praça de Armas e custa apenas 150 Soles.









O dia 10 foi de Panamericana e trâmites para entrar no Ecuador pela ponte de Maracá, em uma aduana bastante precária - preenchemos os papéis em um balcão pelo lado de fora, sob um sol de rachar. Do pouco que percorremos nas montanhas do sul do Equador até chegar à pequena cidade de Vilcabamba tivemos uma boa impressão do país, que conta com cidades mais arrumadas e carros mais modernos . Estamos hospedados no Madre Tierra - agradavelmente rústico e com um SPA - US$ 40 a diária. O Equador aboliu sua antiga moeda em 2000 - o Sucre -, e agora adota o dólar como moeda corrente.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O VOO EM NASCA E A CHEGADA A LIMA

Ontem pela manhã, os bravos integrantes da Inti Raymi que sobrevoaram as linhas de Nasca em monomotor último modelo... de 1983, foram Marcelo, Guilherme, Giulia e Andrea. O teco-teco faz constantes manobras para permitir a visualização dos desenhos estilizados de figuras humanas e de animais, que se estima serem de 500 a.C. a 500 d.C. Essas linhas continuam a ser um dos grandes mistérios da arqueologia mundial, já que não se sabe ao certo quem as fez e porque. Segundo Maria Reich, alemã que as estudou durante toda a vida, seriam um calendário astrológico. Há os que acreditam que sejam obra de ETs...


A cidade é bastante feia e empoeirada e serve apenas de base para os voos que saem de um pequeno e arrumado aeroporto. A D. Rosa, do Hostal Don Agucho, nos indicou um ceramista e fomos até lá conhecer seu trabalho. Toto e seus 7 irmãos herdaram a arte do pai que, segundo Toto, recuperou os modos de fazer tradicionais da cultura Nasca, pesquisando os restos de cerâmica desprezados pelos huaqueiros (profanadores de tumbas).


Toto dá uma divertida demonstração que vai desde a preparação da argila até a pintura com pincel feito com cabelo de bebê e a queima em forno coberto de telha. Os pigmentos são todos naturais e o brilho é obtido esfregando-se uma espátula na pele ou no cabelo e depois na peça já pintada - o óleo do corpo funciona como um verniz.





Chegamos a Lima ontem no fim da tarde. O trânsito é caótico - cada um faz o que bem entende e todo mundo buzina o tempo todo. Estamos hospedados em um simpático Hostal, o La Castellana, no bairro Miraflores - um três estrelas cuja diária é de US$ 65. Jantamos um "ojo de bife" dos deuses num restaurante simples, o La Tranquera.

Hoje, dia 5, fomos passear pelo Centro Histórico e visitar a famosa Igreja de San Francisco, cujas catacumbas deixaram aflitas a Mahima e a Andrea. Marcelo e Coutinho providenciaram a troca de óleo dos jipes. Coutinho comentou que já rodamos cerca de 6.000 km. Para o jantar, reservamos mesa no Astrid e Gastón, do famoso chefe peruano Gastón Acurio e sua mulher. Gastón, no ano passado, abriu uma cevicheria em São Paulo, a La Mar. Amanhã seguiremos para o norte do Peru.








segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

NEVE NAS ALTURAS

No dia 3 de janeiro saímos do relaxante Hotel Tampumayu por volta das 11:30 para percorrer as 7 horas que nos separavam de Nazca. A estrada continuou sinuosa e cheia de "Us". Chegamos aos 4.550m e fomos surpreendidos por uma linda nevasca em um cenário deslumbrante - todos descemos para curtir, filmar, fotografar, pisar no gelo e sentir na pele o frio gostoso. De quebra, ainda abastecemos nossas caixas térmicas.



Seguimos por um bom tempo na altitude de 4.000m, sempre com muitas curvas. Perto de Nazca a paisagem vai mudando para desértica e a altitude diminuindo. Chegamos à cidade, que é feia e caótica, por volta de 18:40. Não almoçamos hoje porque as cidades, como Puquio, e os vilarejos do caminho eram bastante precários. Estamos hospedados no Hostal Don Aguchio, que é simples e simpático - 120 soles a diária (cerca de 72 reais).

No dia 04 pela manhã voaremos para ver as famosas e misteriosas linhas de Nazca. Depois, seguiremos para Lima, que está a 450 km e 6 horas de viagem. Ah, para quem não percebeu, estamos sempre colocando novas fotos nas postagens anteriores. Aqui é meia noite e meia agora. Boa noite e até a próxima!

UMA PAUSA MARAVILHOSA

No primeiro dia do ano, passeamos por San Blas, um bairro de artesãos, onde vimos a pedra dos 12 ângulos, famosa pelo encaixe inca perfeito e tiramos fotos com duas garotinhas e sua lhama. Almoçamos no Greens, um ótimo restaurante orgânico, fomos ao Mercado de Artesanato e jantamos no Limo, o restaurante do ceviche delicioso.


Saímos de Cusco no dia 2 de janeiro, tendo Nazca, a aproximadamente 500 km, como destino, em um percurso que dura de 12 a 13 horas - o que nos levou a optar por dormir no caminho. E que caminho! Até Abancay descemos até 2.000m e depois subimos a 4.000m de altitude, em um trecho sinuoso e repleto de curvas, inclusive diversas em "U". As nuvens desciam até a estrada e seguiam montanha acima. Almoçamos em Abancay, uma cidade feiosa, no Hotel dos Turistas - um bom almoço, apesar da decadência do hotel.

Uma hora e meia depois chegamos ao Hotel Tampumayu, em Chalhuanca, no km 361 da Carretera de Nazca a Cusco. Um hotel excelente, construído de maneira ecológica e cheio de charme. Diária a US$ 70 e serviço impecável.







Decidimos curtir o local aprazível, com um riacho bonito e cercado de montanhas, deixando para sair mais tarde no dia seguinte, após darmos uma caminhada depois do café da manhã.